Viagem pelas ruas da amargura

"As viagens devem ser um instrumento à procura do fantástico,nunca o suporte de uma devoção complacente" - Baptista-Bastos

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Diga não às drogas


quarta-feira, janeiro 24, 2007

Ryszard Kapucinski (1932-2007)


O melhor jornalista do Mundo

terça-feira, janeiro 23, 2007

Flor de Sol

Há um Girassol a brilhar no Blogger!

"Galácticas"


Elas dizem-se jogadoras de futebol de salão e não modelos. Talvez por isso a Imprensa espanhola as trate por “galácticas”, ambiciosas, competitivas e ganhadoras, embora não me tenha chegado qualquer informação sobre os preparos em que se apresentam na imagem.
Quando a moda chegar cá, talvez vá ver uma partida de futebol…

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Coabitação


quarta-feira, janeiro 17, 2007

Sacrifício


Foto (da autoria de Maxim Marmur/AFP) de um quadro de Andrey Budayev, inserido na mostra “Pultocracia” patente em Moscovo. Na imagem, significativamente intitulada “Sacrifício”, vêm-se Jacques Chirac, Romano Prodi, Saddam Hussein, George W. Bush, Donald Rumsfeld e Tony Blair. Dispensei, por razões demasiado óbvias, qualquer comentário.

domingo, janeiro 14, 2007

Trabalho comunitário para quem?

A pena aplicada a Luísão por ter sido apanhado pela Polícia com 1,33 g/l de álcool no sangue – 40 horas de trabalho comunitário –, independentemente da cor clubística que pinta os olhos de quem observa, é exemplar pelo debate que poderia suscitar, se este cantinho à beira-mar, em matéria de Justiça, não fosse uma coisa de brincadeira.

Em que situações deve ser aplicada a pena de trabalho comunitário? Caso se trate de uma figura pública – como, pelos vistos, é o internacional brasileiro ao serviço do Benfica – há quem venha a terreiro proclamar que se está a proteger a dita figura (que, no caso, nem sequer viu apreendida a carta de condução). Caso se trate de um cidadão anónimo (ainda não percebi o que quer isto dizer porque, tanto quanto sei, todos temos um nome) há quem desça da sua cátedra proclamar que a pena exemplar (trabalho comunitário) perde eficácia por não se tratar de uma figura pública… E tudo isto porque a Comunicação Social amplifica, precisamente, o que é público! (a eterna responsabilidade dos jornalistas…)

Sem querer defender ou atacar a pena atribuída a Luisão, é-se preso por ter cão, e preso por não ter… Ou será que não é assim?

Saudades de Rick


Há muito que está estabelecido o “princípio de uma bela amizade”, mesmo quando sobram as razões e as saudades de Rick Por isso, como diria Humphrey Bogart, 50 anos depois da sua morte, “o que quer que seja, sou contra”.

E quem não entender, paciência…

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Também quero ter uma autarca assim!

A moça aqui ao lado é autarca do Partido Popular de Espanha e pôs-se nestes preparos por causa de uma revista que vai eleger os homens e as mulheres “más guapos” do município. O PSOE apoia a rapariga porque a decisão foi tomada dentro da liberdade de cada um. Eu também a apoio, embora não saiba como, depois, votar na catraia. Além disso, estou cheio de inveja por, em vez de ter como presidente da Câmara um batráquio de barba e bigode, também conhecido como o 4.º barão de S. Cosme, não poder elogiar os atributos de María Dolores…

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Será normal?

Há um homem neste país que é uma espécie de unanimidade nacional, quando toca a medir a sua produtividade laboral. Está tão bem cotado, no que se refere aos gestores de topo da Administração Pública, que é politicamente incorrecto alguém questionar (em público, pelo menos) o seu salário, ainda que embolse consideravelmente mais do que o primeiro-ministro – o verdadeiro gestor dos gestores da Administração Pública – ou o presidente da República.

Os portugueses – já sem furos no cinto por apertar – aplaudem que assim seja, sobretudo quando, de longe a longe, deixa em paz os desgraçados dos trabalhadores por conta de outrém (sem qualquer hipótese de fuga ou evasão) e se vira para os homens da ma$$a.

Mesmo sendo politicamente incorrecto virar baterias para Paulo Macedo, não pode passar incólume a sua peregrina ideia de mandar rezar uma missa de acção de graças pelo serviço que dirige, a Direcção-Geral dos Impostos (DGI), e os seus funcionários. Quer se queira, quer não, ainda vivemos num Estado laico, e é óbvio que também está em causa a liberdade religiosa de quem trabalha na DGI, porque, nos tempos que correm, não se está a ver um trabalhador “convidado” pela respectiva cadeia hierárquica a negar a presença no solene acto, só porque não.

E ao misturarem-se as coisas – o que a lei impõe e o que é ou pode ser um desejo fervoroso, político, religioso, desportivo, etc. – fica tudo entornado, pelo menos enquanto as encararmos com a tranquilidade que, pelos vistos, é generalizada.

E se, um dia, a ministra da Educação mandar repor os crucifixos nas salas de aulas? E se o ministro da Administração Interna determinar, por despacho, que os agentes da PSP apartam o instrumento para a esquerda e os da GNR para a direita? E se o ministro da Agricultura impuser, por portaria, que sejam deitadas à terra sementes de beterraba aos domingos de Páscoa?

É que eu não acredito que algum dia possa vir a pagar os impostos com missas & rezas...

terça-feira, janeiro 09, 2007

Think diferent


Steve Jobs voltou a inovar. E preparou nova revolução. Mais uma...


O meu próximo telemóvel vai ser igual ao da imagem

Agora, a Somália




Será que George W. Bush não tem sarna suficiente com que se coçar?

segunda-feira, janeiro 08, 2007

BT no combate à pirataria de música

Diz um camarada mais dado às coisas da Internet que, recentemente, a Brigada de Trânsito da GNR introduziu uma inovação nas suas operações de fiscalização: além da identificação dos condutores e dos respectivos automóveis, dos habituais testes de álcool, da inspecção visual das malas de carros “suspeitos” e do bloqueio da principal auto-estrada do país, junto à área de serviço de Leiria, sempre que lhes dá na real gana, os senhores guardas passaram, também, a pedir para observar os CDs que quase todos ouvimos quando já não há paciência para as vulgares emissões radiofónicas com que somos presenteados. Objectivo: combater a pirataria!

Sublinho que está por apurar a veracidade da informação, mas a dá-la como rigorosa é inevitável deixar abrir a boca de espanto. Será que os senhores da Guarda não têm nada mais interessante para fazer?

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Não digam nada ao Quim Fernandes, está bem?

A eurodeputada Ana Gomes anunciou, anteontem, que manteve contactos com pessoas da ilha Terceira que garantem ter assistido a “coisas estranhas” na Base das Lajes e que confirmam a passagem nos Açores de voos da CIA.

“Houve contactos com outras pessoas da ilha que confirmaram relatos sobre coisas estranhas que se passaram na base, nomeadamente a transferência de pessoas agrilhoadas, o que confirmam os elementos que possuímos”, adiantou a deputada europeia, que anteontem terminou uma visita de dois dias ao arquipélago.

O resto da história pode ser lida aqui.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Alegação contra uma perversidade

A esperança nunca morre, e por isso acreditei até à última que haveria um derradeiro pingo de vergonha que travasse, mesmo que in extremis, a acção que o Governo programara para 31 de Dezembro de 2006. Mas não. A decência soçobrou.

Embora ainda não tenha sido publicado no jornal oficial, são mais do que muitos os sinais de publicação iminente de um despacho assinado por um iluminado secretário de Estado com o qual pretende revogar um Decreto-Lei. Tudo aponta para que o subsistema de saúde dos jornalistas e a Caixa de Previdência e de Abono de Família dos Jornalistas tenham sido devidamente liquidados. Apenas falta o vídeo, perdão, o despacho da execução.

Porque o assunto me toca directamente – enquanto jornalista e associado da Casa da Imprensa (associação mutualista centenária que pode estar a ser alvo de um inominável assassinato de Estado) – repesco hoje um texto de Baptista-Bastos publicado aqui, a 15 de Dezembro.

A leitura é recomendada aos que também se interessam pelo assunto.



Alegação contra
uma perversidade




Nenhum dos ministros que por aí se encontram é capaz de claramente expor as intenções que os movem. As contradições do discurso governamental não pertencem às categorias da dialéctica. Correspondem, isso sim, aos domínios das malfeitorias. São golpes de rim, imbróglios e aldrabices que indignificam os princípios de Estado e causam as maiores preocupações no que resta de sociedade civil digna desse nome. Tripudiam sobre o programa de governo, apoiando-se no «pragmatismo» e na estafada afirmação segundo a qual «herdaram os efeitos da incompetência do governo anterior». Porém, com o mais desavergonhado descaramento, aplicam o «programa» quando isso é conveniente ao populismo em que se escoram.

O PS, aliás, quando se torna governo, escorraça os valores patrimoniais da Esquerda; alia-se à Direita, pactua com as mais intoleráveis ofensivas contra os indefesos; ataca o sindicalismo, persegue quem os critica, porta-se como atrabiliário déspota. A maioria absoluta, actualmente no poder, manifesta um comportamento autoritário, sustentado na trilogia: quero, posso e mando.

O verdete sempre demonstrado pelos jornalistas é histórico. Deve-se ao PS-governo o encerramento, na década de 70, dos jornais «O Século» e «Jornal do Comércio», e das revistas «O Século Ilustrado», «Vida Mundial», «Modas & Bordados». Publicações que pertenciam ao armorial da Imprensa. Centenas de jornalistas tombaram no desemprego; alguns suicidaram-se; quase todos nunca conseguiram sobrelevar a tragédia que se lhes abateu; muitos recebem, ainda, tratamento psiquiátrico. A lista é sinistra e inquietante. Teremos de chegar à conclusão de que, por fatalidade, arrogância, sobranceria ou incompetência, os socialistas não sabem governar. Os outros, também não. Mas, agora, só estamos a falar nestes.

As decisões precipitadamente tomadas para o fechamento da Caixa dos Jornalistas estão, outra vez, feridas de populismo e de inépcia. E vão arrastar o fim de uma das mais nobres instituições do mutualismo português, a centenária Casa da Imprensa. Sob a bandeira furada da «justiça social», este governo vai liquidar um edifício de solidariedade e fraternidade, apenas para lançar poeira nos olhos da população. Três criaturas vão passar à posteridade como responsáveis por esta infâmia: Correia de Campos, Augusto Santos Silva e Francisco Ramos. Eles são os rostos visíveis de um outro, até agora oculto no mutismo: José Sócrates.

Ao afirmar que vai acabar com o funcionamento de «todos os subsistemas de saúde», este governo continua a filosofia da mentira, sua característica, a par de um populismo der Carnaval, que faz de Santana Lopes apenas uma personagem burlesca. De facto, pelo menos a ADSE (Assistência na Doença aos Servidores do Estado) mantém-se - e bem! - com acordos em que participam médicos privados e estabelecimentos de saúde. Recentemente, firmou um contrato com o novo hospital privado do Grupo Espírito Santo, ainda em construção num local quase fronteiro à Casa do Artista.

O assassínio da Casa da Imprensa é praticamente inevitável. E não beneficia ninguém. O Estado irá despender muito mais dinheiro, com a liquidação deste direito, adquirido pelos jornalistas, desde 1947, e atira para o desespero milhares de profissionais e suas famílias. Os vencimentos auferidos pela maioria dos jornalistas (já o escrevi, e repito) são baixíssimos, e a Casa da Imprensa é o seu único recurso, quando doentes ou carecidos de fármacos. Aquela nobre instituição, assegurou, em 2005, mais de 12 mil consultas médicas (oito mil de clínica geral, quatro mil de especialidades); responsabilizou-se pela realização de diferentes meios auxiliares de diagnóstico, no valor de quase 300 mil euros, e possibilitou a realização de 88 intervenções cirúrgicas.

A receita dos associados da Casa da Imprensa mal chega para pagar os salários dos trabalhadores. Sem a comparticipação da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo será impossível manter o sistema de apoio aos jornalistas. Mais: deixarão de existir os pequenos subsídios que aquela instituição mutualista atribui a velhos profissionais de Imprensa, que se encontram em situação extremamente penosa.

Esta decisão governamental nada vai acrescentar, nem em termos morais nem em significação financeira, às pretensas ideias de equanimidade. É inqualificavelmente injusta, iníqua, marcada por um raivoso nivelamento por baixo, historicamente próprio de governos criptofascistas. Um deplorável lance publicitário para justificar não se sabe bem o quê. Mas recai, novamente, sobre os jornalistas - «aqueles malandros que ganham rios de dinheiro, viajam, bebem e dormem com meio mundo», conforme escreveu um pobre tolo.

Este governo tem pouco a ver com pessoas. Está mais vocacionado para os interesses privados, pessoais, materiais. As pessoas têm de entender o que está em marcha: uma ofensiva fortíssima contra o mutualismo, contra o associativismo, contra a solidariedade - que vai, exclusivamente, tocar a todos os mais desguarnecidos. Que vai favorecer as grandes instituições bancárias, de há anos preparadas para «oferecer» seguros de saúde, de vida, de reforma…

As advertências aqui feitas, as informações que habitualmente forneço não possuem, unicamente, uma defesa «corporativa». Elas comportam, em si mesmas, a alegação contra uma perversidade, que nada representa de rigoroso, de ético ou de equânime. Além do que a Casa da Imprensa é um património cultural não só da cidade, como do País, erguido pela constância de grandes nomes do jornalismo português, os quais, com total ausência de egoísmo, quiseram dar aos outros aquilo que nunca haviam tido. Este artigo é um dever de lealdade para com esses meus admiráveis camaradas.

A política mede-se pela qualidade das suas acções. E um bom governo é aquele que sabe repensar uma história tributária dos modelos que se transmitem, prolongando-se numa solidariedade cada vez mais premente. Está em jogo muito mais do que a Caixa dos Jornalistas e da ameaça que paira sobre a Casa da Imprensa. Muitos traços da nossa comum forma de viver estão a ser aniquilados, sublinhando-se a mentira monstruosa de que a necessidade impõe estas novas filiações. No imaginário colectivo, habilmente manipulado por técnicos pagos a peso de oiro, estas decisões surgem como imprescindíveis. Não o são. Como já foi largamente provado, sem que os governantes o admitissem, por demonstrada má-fé.

Os fenómenos de mimetismo reflectem-se. E aquilo que parece estar concluído, reiteradamente continua em movimento. Acabar com uma instituição centenária, mandar para situações desesperadas jornalistas que marcaram a cultura portuguesa, pode não tocar a sensibilidade de directores de jornais e de este ou de aquele catedrático pouco informado ou cabisbaixo - mas não deixa de ser uma ignomínia.

E um inconcebível desprezo pela opinião da maioria.

Desculpe, importa-se de repetir?

Ana Paula Santos, funcionária da Portugal Telecom (PT), disse, hoje, na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar sobre o “Envelope 9”, que na PT não havia procedimentos específicos nem nenhum cuidado especial a tratar os dados da conta Estado e que estes estavam acessíveis “a qualquer pessoas através da linha de rede. “Eu tinha acesso aos telefones, às linhas de rede. Só me dava conta de que era uma conta Estado depois de digitar o número e aparecer a indicação de que fazia parte de uma conta Estado”.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Vida velha


No espaço de um único dia Saddam foi enforcado mais de mil vezes entre a televisão e o computador, explica Mazen Kerbaj no mais fantástico dos blogues que chega de Beirute.

Por cá, Cavaco Silva permite um ténue sorriso à Direita.

Mais cá dentro, ainda, Rio Tinto aparece nos telejornais, nos noticiários radiofónicos e nas primeiras páginas dos jornais em protesto contra a eufemisticamente denominada “nova rede” da STCP.

Mais um ano novo com vida velha…