Viagem pelas ruas da amargura

"As viagens devem ser um instrumento à procura do fantástico,nunca o suporte de uma devoção complacente" - Baptista-Bastos

sexta-feira, setembro 30, 2005

E vão três...

E ao entrar na recta final a caminho das eleições de 9 de Outubro, aí está Valentim Loureiro com o terceiro cartaz de campanha. Não é um simples cartaz, é um “outdoor” daqueles grandes, gigantes, dizem as revistas que concebidos pelo próprio.
E repito uma pergunta já aqui feita: a que fundo vai o candidato independente buscar tantos fundos? A desproporção de meios é tão gritante, relativamente às forças partidárias no terreno, que até dá dó. É como quem bate em criancinhas (sem ofensa para as crianças espancadas...).

P.S.: Por isso, não há qualquer surpresa nos números da sondagem da Universidade Católica, hoje divulgada – Valentim Loureiro, 50%; PS, 18%; PSD/CDS-PP, 11%; CDU, 5%; BE, 2%. A fiabilidade das percentagens a seu tempo será avaliada, mas ao que se vê de cartazes espalhados pelo concelho até que nem é mau para quem perde!

quinta-feira, setembro 29, 2005

Alargar a cidadania (3)

De Antero de Quental, decalco "A um Poeta"

Tu que dormes, espírito sereno,
Posto à sombra dos cedros seculares,
Como um levita à sombra dos altares,
Longe da luta e do fragor terreno.

Acorda! É tempo! O sol, já alto e pleno
Afugentou as larvas tumulares…
Para surgir do seio desses mares
Um mundo novo espera só um aceno…

Escuta! É a grande voz das multidões!
São teus irmãos, que se erguem! São canções…
Mas de guerra… e são vozes de rebate!

Ergue-te, pois, soldado do Futuro,
E dos raios de luz do sonho puro,
Sonhador, faze espada de combate!

Alargar a cidadania (2)




Fonte muito bem informada das coisas da Presidência da República - fonte feminina, já se perceberá... - informou-me que simpatiza com a candidatura de Manuel Alegre e adiantou três razões de peso: a poesia (porque gosta de muitos dos seus poemas, além de que o candidato sabe dizer poesia com uma forma em que ninguém fica embaraçado), os olhos (porque são bonitos) e os sapatos (porque tem bom gosto, sobretudo de um par castanho de camurça...).

Quis ainda acrescentar as razões políticas, mas confesso que, espantado, me perdi nos apontamentos.

Alargar a cidadania

"Alargar a cidadania é o sentido do meu combate" - Manuel Alegre

quarta-feira, setembro 28, 2005

Teoria da vitimização

Não sei se Rui Rio é um homem de coragem, mas ele lá vai, de bairro em bairro, dia após dia, de dificuldade em dificuldade, provavelmente, até que alguém consiga mesmo agredi-lo.
Mas onde é que eu já vi isto? Foi na Marinha Grande, não foi?

P.S.: Ó rapaziada da esquerda, aquela que se dizia estar cheia de especialistas em "agit-prop", por onde andam? Por este andar, ainda perdem as eleições de 9 de Outubro por faltas aos treinos...

domingo, setembro 25, 2005

Soares, a "lebre" de Alegre!

A peleja dos pré-candidatos da Esquerda às Presidenciais está ao rubro, com o anúncio de que Manuel Alegre, também ele, será candidato. Tal como no atletismo - nas provas de fundo e de meio fundo -, também na política há candidatos que se alinham na dianteira da corrida com o único e preciso objectivo de desgastar, moer a concorrência mais forte. Daí que tenha uma informação que deixa neste momento de ser classificada, a pensar nos socialistas do coração rosa - militantes e ainda aqueles que apenas votam PS: Mário Soares é a "lebre" de Manuel Alegre!

sábado, setembro 24, 2005

Desânimo

Sempre que olho para as ligações aqui ao lado desanimo. Há cada vez mais gente off-line. Tenho actualizar a tabela e, ao mesmo tempo, interrogo-me: o que será que leva um homem (que é como quem diz, uma mulher, homens, mulheres...) a manter um blog minimamente actualizado durante um ano, dois, chegar a influenciar a própria sociedade, às vezes, até, directa e implicitamente, e de repente, zás!, finito?

sexta-feira, setembro 23, 2005

Fim da Ditadura

Diz-me o agora "Caloiro Feupinho 36": "Vou mandar-te uma música fixe, tens a mania de gostas de hip-hop, pois bem, vais ver o que é hip-hop a sério".
"Chama-se o 'Fim da Ditadura' e tem uma letra "'tótil fixe'". De quem é? "É do Valete". Valete? "Sim, é considerado o rei do hip-hop underground português".

Se é rei ou valete, não sei, mas este é um bom exemplo da vaga de revolta em que navega a cabeça dos mais jovens. E não é que até fico com alguma inveja? :-)

Só não sei pôr o blog a dar música, mas tenho esperança que um dia...

Se puderem oiçam, a letra fica aí mais abaixo.




Revolucionário
“Yo, Valete, o people está a preparar um K.O. definitivo a América.
Vai haver uma concentração clandestina no México, em Guadalajara…e queremos saber se vais ou não?”
Valete

Eu sou Valete, bro, e sempre quis ser regicida
Sacrificar a vida pela maioria oprimida
Sem contrapartida, pela revolução sou suicida
Reserva um bilhete de ida para mim, ‘tou de partida
E vou com anti-americanismo que Mao Tse Tung propagandeara
Com a filantropia com que Platão revolucionara, outrora
Com aquele Marxismo que Trotsky impulsionara
Estou farto da senzala, chao, só me galas em Guadalajara
A minha aversão ao imperialismo não sara
Não quero fama, nem glória, dá-me só uma T-shirt de Che Guevara
Põe-me num 7.4.7, México aqui vou
Viajo lembrando de como a segunda torre se desmoronou
Depois de 15 horas de voo, meu boeing aterrou
Já fora do aeroporto, houve um bro que me identificou

“irmão Valete, eu vim-te buscar para a concentração
Entra no carro só faltas tu para começar a acção”

Chegámos ao ponto rapidamente, assim clandestinamente
Provavelmente eu nunca vira pela frente tanta gente
Era uma cidade subterrânea cheia de dissidentes
Só resistentes e combatentes naquele contingente
Eu vi Sardar, Saramago, Mia Couto e Chomsky
Também vi os mentores do atentado de Nairobi
Nipónicos pa’ vingar Hiroshima e Nagasaki
Fidel Castro, Arafat, Chavez e Khadafi
Activistas do Hamas, Jihad e Hezbollah
Zapatistas, Talibãs e bombistas da Fatah
Todos diferentes mas com um objectivo em comum:
Acabar com esta ditadura que a América implantou
A sede de vingança deixava todo o exército operante
Deram o sinal pa’ nos reunirmos numa sala gigante
Em cima do palanque ‘tava um fulano que elaborava o plano
Com style de saudita ou iraquiano, só queria saber quem é esse mano
Deixava toda a gente focada enquanto ele liderava

(Outro Revolucionário) “Yo Valete é o Bin Laden”
(Valete) “Bin Laden”

Bin Laden
Voz alterada sem barba e com cara totalmente modificada
Eu não o curtia mas ele era o que a América merecia
Radical sem diplomacia, assim como se exigia
Formulou o plano perfeito pá’ revolução que se pretendia
Tínhamos túneis subterrâneos até à cidade de Alexandria
Hackers bloqueavam a informação da NSA e da CIA
Tínhamos M1’s, F 16’s e muita artilharia, eu ria.

Informador
“Informação, informação.
As bases militares americanas em todo o mundo, já estão controladas pelas FARC Al Qaeda e milhões de civis revoltosos.
O ataque aéreo ao pentágono está previsto para as 3h e 36 m.
Os ataques bombistas serão às 3h e 42 m
A invasão à Casa Branca ficará para 4h e 28m
Já sabem o que têm a fazer!”

Era um batalhão de insubmissos pa’ acabar com aquela arrogância
‘Tava incluído na missão Invasão à Casa Branca
Que seria reforçada pelo movimento black phanter
Garanto qu’América nunca vira tanta encrenca
Fomos pelo túnel a dentro e chegámos em meio-dia
Alexandria tinha como Washington, cidade vizinha
E quando lá cheguei era inenarrável o que eu vira
América já ardia, rendida à nossa investida
Ficaram na defensiva, deixámos tropas sem vida
Éramos só homicidas com ira, topa a chacina
Numa outra ofensiva, edifício da ONU caíra
Largámos bué da mísseis em New York, Carolina
Califórnia, Lusiana, Detroit e Virgínia
Geórgia, Indiana, Illianois, Pensilvânia e Kansas
Ás quatro e um quarto já ‘tava tudo controlado
Nossos soldados já tinham a Rádio a TV e o Pentágono
Passado mais um bocado, Fidel leu o comunicado
“Acabou a Ditadura” podes crer é o golpe de estado.
E à porta da Casa Branca fiquei com Bin Laden a sós
Disse-lhe sem hesitar um coche: Deixa-me liquidar o George
Ele esboçou um sorriso e olhou-me fundo nos olhos
Sentiu segurança na minha voz e passou-me uma Kalashnikov
Era só ódio destruitivo na minha cabeça
Kalash fui exibindo assim a dar paleta
Eu fui o homem escolhido pa’ ditar a sentença
Olha o meu peito erguido pa’ vingar o planeta
Entrei na Casa Branca assim cheio de moral
Nossos snipers iam abatendo a escolta presidencial, eu andava
No piso inferior de corredor em corredor
Abria porta a porta à procura daquele estupor
Vi a porta dos fundos, senti um feeling interior
Abri…até que enfim Sr DitadorAgora sente o pavor
Vais pagar pela tua merda e pela dos teus antecessores
Isto é pelas vítimas das guerras que vocês fabricaram
(Tiros)

quinta-feira, setembro 22, 2005

Alberto Costa que se ponha a pau... (2)

Já para não falar daqueles outros todos que andam há imenso tempo de campanha eleitoral e e que eu sei que vocês sabem quem são

Alberto Costa que se ponha a pau...

O ministro da Justiça, Alberto Costa, que se ponha a pau. Há por aí quem pareça dominar as leis muito melhor do que ele. A começar por esta e, com um jeitinho, a acabar nestes...

quinta-feira, setembro 15, 2005

Estranho país, este

Estranho país, este, que não permite um protesto público de militares e autoriza uma manifestação de extrema-direita...

quarta-feira, setembro 14, 2005

O mundo cão que podemos amar

"Cão como nós", de Manuel Alegre, é exemplar no aprofundamento do que é, do que pode ser, a relação entre um animal racional, o homem, e outro irracional, o cão.

Já tive cães, muitos cães, que marcaram toda a minha existência, e pensei que estava tudo dito depois de, numa noite de Inverno, ter mergulhado na narrativa de Alegre. Mas não. Leia-se o adeus do Pedro a Aartois e percebe-se o mundo cão em que nem todos vivemos, que podemos acarinhar e amar.

sexta-feira, setembro 09, 2005

Valentim, um homem empenhado

Valentim Loureiro é um homem empenhado no que faz. Tão empenhado que enxameou o concelho de Gondomar com "outdors" gigantes que já levam o segundo cartaz diferente (antes da campanha eleitoral ter arrancado, a um mês das eleições...).

A vontade de ganhar é tão grande que se fosse possível fazer uma estatística da sinistralidade propagandística Gondomar ganharia por KO à esmagadora maioria dos municípios do país. Ele é Valentim nas avenidas, ele é Valentim nas ruas, ele é Valentim nos principais aglomerados, ele é Valentim fora de Gondomar (sim!, que é para a gente o ver bem à saída...), ele é Valentim à entrada de Gondomar (sim!, que é para a gente nunca o esquecer...). É um completo enjôo de Valentim!

Só acho estranho que ninguém (ninguém é mesmo ninguém!, jornais, tribunais, os próprios adversários políticos...) questione onde vai o homem buscar tanto dinheiro para tanta propaganda.

quarta-feira, setembro 07, 2005

Espanto!

Não devia ficar surpreendido, mas fico. É espantosa a quantidade de estradas, ruas, avenidas, becos e rotundas que, de repente, em Gondomar, levam alcatrão. De repente, mas sempre por altura das eleições autárquicas. Até apetece dizer viva a desfaçatez!

O que dói ainda mais é que são ainda tão poucos os que vêem de olhos abertos o que Valentim faz no município. No afã eleitoral, vale mesmo tudo. Tem menos vergonha na cara do que um porco no cu!

terça-feira, setembro 06, 2005

Pergunta inocente

Valentim Loureiro zurziu em Marques Mendes num estilo ainda mais apurado daquele com que Alberto João Jardim nos brinda habitualmente da sua coutada. Pergunta inocente: Valentim estava a brincar aos valentões ou o PSD está mesmo de cabeça perdida?

sexta-feira, setembro 02, 2005

Regresso sem prazer

Regressei de férias, mas a vontade não é muita. A bem dizer não é nenhuma.

Sócrates discursa na televisão. Jerónimo jura a pés juntos que vai levar a sua candidatura até ao fim, minutos depois do Bloco ter dito o mesmo em relação a Louçã. Soares, esse, está mesmo na corrida, depois de Alegre ter dito que tinha um pé dentro e outro fora das presidenciais. Cavaco é que continua mudo.

É tudo tão previsível que fico mesmo sem saber como dar a volta ao reduzidíssimo prazer que é viver neste país.