Jordan Matter

Jordan Matter, fotógrafo nova-iorquino, tem um site bem interessante. Vale a pena passar por lá os olhos, seja pela sub-secção "cabeças", pelos "casamentos" ou pelos "nús": uma vista rápida por Nova Iorque sempre com gente dentro.
"As viagens devem ser um instrumento à procura do fantástico,nunca o suporte de uma devoção complacente" - Baptista-Bastos
O Tito está de volta!, no Blog das Ignorãças! Uf!, já estava farto de ler as razões pelas quais ele diz que gosta da Clara...
Num postal de Natal recebo um recorte fotocopiado insólito, que reza do seguinte modo:
Por esta altura do ano, multiplicam-se os jantares de Natal. Um jantar com os amigos do liceu, outro com os amigos mais próximos. Um jantar do grupo de amigas que fazem compras no Pingo Doce à quarta-feira de manhã, outro da empresa em que trabalhamos. Um jantar com os companheiros do partido, outro com os vizinhos mais simpáticos. E por aí adiante, patetas alegres, lá vamos andando até ao mágico Natal.
Hoje, não sei bem porquê – se calhar até sei, mas ninguém tem nada com isso –, carrego nos ombros o peso do Mundo, como me costuma dizer o Pedro. Nada me apetece, nem sequer divertir-me com as patetices dos ex-combatentes, por quem já só sinto dó. Devia ser possível apagar alguns dias da história.
Estou cansado das iluminações de Natal, dos múltiplos enfeites de felicidade aparente que circulam ao lado das coisas da vida realmente importantes. E não gosto de ver o Pai Natal a tentar saltar para varandas e varandins, sejam elas no rés-do-chão ou no 12º andar, como se se tratasse de um vulgar ladrão de trazer por casa. Já basta os miúdos de agora não escreverem ao Pai Natal, com os pedidos da alegria das alegrias, nem os Correios perceberem a importância que essas cartas tinham (têm). Faz-me confusão ver tanta a gente a gastar dinheiro em cima de dinheiro (será que o têm mesmo?) em coisas nem sempre úteis ou necessárias, e ficar a saber, no mesmo dia, que há mais 300 que vão para as listas do desemprego. Foi hoje, mas anteontem seria exactamente a mesma coisa, como o será, por certo, depois de amanhã. A satisfação com que iludimos os nossos dias é a suprema hipocrisia.
"O amor é o único mito de pura exaltação que a humanidade conheceu. O único que parte do coração do desejo e visa a sua satisfação total"
Tenho saudades de ti, velhote.