Onda vai onda vem
Forma-se a onda e depois outra e outra
E enquanto se desfazem outras vêm
O mar é sempre o mesmo e no entanto
Em ondas se divide.
E nelas se une.
O mar somos nós todos
O mundo
Em água condensado.
Onda vai onda vem
A fina areia o mar vai revolvendo.
Desponta ao longe uma restinga.
17 de Outubro de 1977
Antero Abreu, in "Poesia Intermitente" (União dos Escritores Angolanos), 1987
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