Viagem pelas ruas da amargura

"As viagens devem ser um instrumento à procura do fantástico,nunca o suporte de uma devoção complacente" - Baptista-Bastos

domingo, julho 30, 2006

Resistir!


Alguém pode ficar indiferente face a massacres como o de hoje, em Canaã? Alguém pensa nas gerações de revolta cuja construção o mundo ocidental está a permitir?
Que fazer face a crimes como o de hoje? Resistir!

Foto de Nasser Nasser, da Associated Press

4 Comentários:

Às 10:52 da tarde , Blogger POS disse...

Canaã?!... Mas andamos a escrever o Evangelho?... Ou foram perguntar ao pároco da Foz?... Canaã é uma referência bíblica, e a ligação desta ou de outra Cana, Qana ou Caná à Bíblia apenas resulta das disputas entre arqueólogos a soldo de um e de outro país, com empenho na promoção do turismo religioso. De uma coisa tenho a certeza: os que lá vivem (e os que lá morreram) não pronunciam Canaã, talvez por terem perdido as aulas de exegese bíblica...

 
Às 6:16 da tarde , Blogger Viagem pelas ruas da amargura disse...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 
Às 6:17 da tarde , Blogger Viagem pelas ruas da amargura disse...

Caro POS
Não ignoro a disputa entre arqueólogos com um olho na promoção turística.
Não ignoro que os libaneses reclamam para esta aldeia a 85 quilómetros de Beirute o local onde Jesus Cristo terá feito o seu primeiro milagre ao transformar água em vinho, durante um casamento, embora não possam provar a existência da gruta onde Cristo terá repousado. E também não ignoro que Israel reivindica para a zona da Galileia, perto de Nazaré, o local onde Cristo terá passado a sua infância, o local de referência bíblica.
Mas sei, isso sei mesmo, que as agências de informação, ontem, foram muito claras.
Num despacho das 16.22 horas da Reuters, Hussein Saad assina uma análise em que refere inequivocamente que a aldeia libanesa terá sido o local onde, alegadamente, Jesus transformou água em vinho. Noutro despacho das 18.03 horas, agora da France-Presse, Béatrice Khadige, em reportagem na zona em causa, afirma o mesmo.
Ninguém por aqui anda a escrever o Evangelho. E as fontes de informação em causa valem o que valem, como é óbvio, não querendo dizer com isto que o seu trabalho não seja válido.
Seja ou não esta Canaã a Canaã de referência bíblica, tenho ainda a certeza de que, em Língua Portuguesa, nunca poderemos alinhar pela grafia Qana ou Qaná, no limite Cana ou Caná.
Mas a sugestão do teu comentário é, para mim, uma referência. Poderei discordar, mas ainda assim o argumento terá um peso significativo. Por outras palavras, hei-de consultar o nosso pároco da Foz…

 
Às 7:14 da tarde , Blogger POS disse...

Caro VPRDA (seria bem melhor se fosses VQPRD; a propósito, terá JC transformado a água em vinho VQPRD?...),

A crítica de fontes é regra primacial do historiador, mas deverá sê-lo, também, do jornalista. Ou seja, nada nos leva a crer que o rapaz Hussein Saad (não me parece nome de apologista de Israel) ou a rapariga Béatrice Khadige sejam detentores da verdade. Até porque, nestes assuntos, a verdade é um conceito complexo: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida" (Jo 14, 6).

A Bíblia, fonte histórica essencial mas de carácter muito duvidoso, atendendo à essencia simbólica da linguagem utilizada, tem aberto o apetite dos arqueólogos ao longo dos tempos, mas a verdade é que muitas das grandes descobertas apenas são verdadeiramente credíveis se as olharmos com uma maciça dose de fé. José Amadeu Coelho Dias (frei Geraldo), professor que me deu umas luzes sobre civilizações pré-clássicas, é, além de padre beneditino, um dos mais relevantes estudiosos destas matérias no nosso Portugal. E é extremamente céptico em relação à maior parte destes achados. Porque à fé, que certamente tem, associa o espírito crítico a que o rigor científico o obriga. Neste caso, a maior parte dos estudiosos dá mais crédito à possibilidade de a Canaã do Evangelho ser a que fica nas proximidades de Nazaré, o que não implica, necessariamente, que tenham razão. O mesmo sucedendo no que respeita à versão libanesa. Porque estes achados baseiam-se em indícios muito frágeis, em vestígios muito questionáveis. Ocorre-me, por exemplo, o caso de André de Resende, um dos mais insignes humanistas portugueses, que, no afã de estudar os clássicos que era apanágio dessa gente do século XVI, andou a "semear" marcos romanos nos arredores de Évora, para os apresentar como achado seu...

Perante tais circunstâncias, a visão crítica do jornalista deve ir além dos palpites que lhes caem das agências, de modo algum mais válidos porque dados por gente que por lá anda. Ao usarmos Canaã (e a terra de Canaã era toda a Terra Prometida, não apenas uma aldeia onde da água se fez vinho, VQPRD ou carrascão, pouco importa), estamos a assumir que é aquela a localidade referenciada no Evangelho, algo que a falta de certezas nos impede de dizer. Assim sendo, mantenho que Cana ou Caná são as grafias que me parecem mais adequadas. (acrescento que o nosso pároco da Foz pouco acrescentará, além de uns palpites, ao assunto).

Sou quem sabes,

POS

 

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