Quando um gabinete de comunicação define o que é, ou não, "interesse público"
Na sequência de uma entrevista concedida ao JN – em que o jornal terá extrapolado as suas palavras na manchete da edição do dia – o senhor presidente da Câmara Municipal do Porto decidiu impor restrições ao seu próprio contacto com a Comunicação Social, o dele e dos seus vereadores.
A partir de agora, disse o sr. dr. Rui Rio, a Câmara restringe “o seu relacionamento com os media exclusivamente às matérias de inegável interesse público e evitar todas as que visem objectivos de interesse privado, corporativo ou editorial, designadamente as que apenas procurem a especulação”.
Quanto à definição do que é ou não “interesse público” fica, de ora em diante, sujeita à prévia apreciação do Gabinete de Comunicação da Câmara.
Por outras palavras, a desconfiança do sr. dr. Rui Rio é total – o que até faz muito pouco sentido em democracia – e, agora, será ele, sempre ele, a determinar o que é notícia. Alguns pensarão que o ideal, a partir de agora, era mesmo que a Comunicação Social o ignorasse olimpicamente, mas isso, se calhar, abriria caminho a uma série de coisas que nem convém falar. Como, por exemplo, a construção de “um qualquer pormenor, um remate” no Parque da Cidade... Tanto mais que, como o próprio confessa “neste mandato tenho condições para tentar uma solução”.
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