Viagem pelas ruas da amargura

"As viagens devem ser um instrumento à procura do fantástico,nunca o suporte de uma devoção complacente" - Baptista-Bastos

sábado, julho 30, 2005

Até já




O Porto não é o Porto que eu conheço e amo sem "O Comércio do Porto". É como se a cidade, de repente, tivesse sido amputada de um pedaço de si.

O fecho de um jornal, um qualquer jornal, é sempre muito triste. Enquanto acto é o triste fim de uma história de sonhos, trabalho e esforço colectivo. O fecho de um jornal com história é ainda mais doloroso. Sobretudo, para quem vive o drama individual e colectivo por dentro. E, ainda, para os outros jornais que ainda não fecharam e os outros jornalistas que ainda têm trabalho...

Ontem, à saída de uma visita de apoio que uma delegação de jornalistas do JN fez à redacção de "O Comércio do Porto", uma "simples cidadã" - assim se anunciou uma senhora dos seus 50 e picos anos ao funcionário de segurança - apresentou-se e comunicou que queria manifestar a sua solidariedade para com todos os trabalhadores do jornal acabado de fechar.

A história do encerramento de "O Comércio do Porto", com este simples gesto que aqui narro, pode parecer uma coisa romântica, mas só na aparência. Porque, cá dentro, é tudo muito amargo.

Por isso, em vez do "Até à próxima" com que Rogério Gomes titula o seu último editorial, prefiro um "Até já" com que abraço todos os camaradas do "Comércio". Para que o Porto volte a ficar a cidade linda que eu amo.


P.S.: O abraço solidário é extensivo a toda "A Capital", como é óbvio.

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